sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Como fazer um Plano de Ação para um projeto CERTICS?

Planejamento é a preparação para a ação, pelo menos, o planejamento deve ser separado da execução para uma minimizar os riscos do projeto e obter um maior grau de sucesso, diminuindo retrabalhos, custos e tempo.

Aqui estão alguns itens que devem ser levados em consideração na hora de planejar o projeto de implementação da CERTICS.


1. O quê?
Essa primeira interrogação é a mais básica e deve ser respondida de acordo com o objetivo que a empresa quer chegar com a ação proposta. Com isso, a definição do "o quê" será a escolha do software a ser certificado, para isso é necessário levar em consideração se o software foi desenvolvido nacional, se tem inovação, se foi gerado por pessoas que pertencem a organização (CLT, sócio), se foi gerado a partir de conhecimento/ estudos.

2. Por quê?
Esta a principal pergunta que deve ser feita antes de começar um projeto de certificação e para responder deve-se entender o real proposito do modelo, para que não haja problemas de estratégia e gastar tempo e dinheiro. Para auxiliar nesta resposta é preciso lembrar que o modelo é feito para avaliar e o software é 100% nacional, se tem inovação e se vende para o governo. Outras perguntas relacionadas a isso deve levar em consideração, como: Qual o motivo que levou a ser certificar? Vendemos ou podemos vender para o governo? A equipe que desenvolveu (fez os requisitos e arquitetura) o software faz parte da organização? Temos autonomia para tomar a decisão nas alterações do software? Foi incluída inovação no software? Foi feita pesquisa para evolução do produto?

3. Quando?
O projeto poderá ser dividido em duas etapas a Implementação e Avaliação. Na primeira consiste no entendimento do modelo, coleta das evidências geradas e preenchimento do sistema CERTICSys - esta etapa estima-se uma média de 4 meses. Na segunda etapa consiste na avaliação das evidências geradas pelo desenvolvimento do software a ser certificado - uma avaliação dura em média 3 meses e consiste no entendimento das evidências pelo avaliador e a visita para checar a conformidade do software no modelo. Com estas estimativas de referência é possível elaborar um cronograma mais detalhado das ações do Plano de Ação.

4. Quem?
Uma equipe dedicada no projeto é um fator de sucesso para obter a certificação, os responsáveis pela implementação devem ser identificados e cobrados pelo andamento do projeto, esta etapa pode utilizar como apoio consultores para auxiliar no entendimento do modelo e das etapas da avaliação.

5. Quanto Custará?
Esta questão é crucial para o sucesso da ação e nela deve constar o custo do projeto e possíveis alternativas para problemas financeiros. Com planejamento e organização, qualquer projeto pode ser realizado, desde que a companhia se focalize na parte financeira para executar a ação.

A parte de implementação dependerá se a empresa contrata consultoria ou não, algumas instituições avaliadoras do Certics também apoiam a implementação, basta entrar em contato para saber os valores da implementação. Já a avaliação é de acordo com a receita bruta anual da empresa, conforme a tabela abaixo.



Referências e Leituras Recomendas
www.certics.cti.gov.br
http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/como-fazer-um-plano-de-acao/72824/

sábado, 22 de novembro de 2014

MPS-SW, CMMI ou ISO 29.110? O que devo levar em consideração nesta decisão?

Muitas empresas procuram melhorar seus produtos continuamente e a melhor alternativa para isso é utilizando modelos de referência que possam ajudar a melhorar os processos e consequentemente o produto final (software), mas só isso não basta é preciso atestar ao mercado que o produto tem qualidade através de uma boa recomendação ou um certificado.

Em 2013 foi lançada internacionalmente pela ISO, ABNT e outros órgãos a norma ISO29110 para certificar o ciclo de vida do processo de desenvolvimento de software, e a 10 anos foi criado pela SOFTEX o Modelo de referência MPS.BR (MPS-SW), que além de certificar o processo, mostra o nível de maturidade que o processo de uma empresa se encontra. Além disso, há o "pai" de todos os modelos desse setor, o CMMI que foi criado pelo SEI em 1980, apesar de sua importância, ela torna-se quase inviável para a maioria das empresas de software do Brasil, devido ao seu alto custo de implementação e avaliação.

Dentre estas três possibilidades, o que devemos levar em consideração ao escolher qual o modelo ou norma? Para responder este questionamento, separei alguns fatores que devem ser levados em consideração na escolha da certificação.

  1. Reconhecimento do modelo no mercado: no mercado nacional o modelo MPS-SW é o mais reconhecido, com mais de 10 anos de existência já possui mais de 500 certificações em todo o Brasil. Já no mercado internacionalmente o modelo CMMI ganha neste critério, mas como a ISO29110 está sendo desenvolvida com o apoio de diversos países e é uma norma recente, ela poderá ser bem reconhecida no mercado;
  2. Estrutura: os modelos CMMI e MPS-SW tem a estrutura do modelo separadas em níveis de maturidade, o primeiro possui 5 níveis com 22 processos a serem implementados e o segundo 7 níveis com 19 processos. Já a ISO 29110 possui 2 processos, priorizando a Implementação do Software e a Gestão de processo, não existindo níveis de maturidade;
  3. Licitações: o governo valoriza o software gerado por um processo certificado através de pontuação nas licitações. Ambos os modelos MPS-SW e CMMI aparecem nas licitações, já a ISO 29110 está começando a aparecer nos editais; 
  4. Aderência a estrutura da empresa: nenhum desses modelos ou norma dizer como fazer, portanto todos tem a aderência com projetos ágeis e tradicionais. 
  5. Tempo médio de implementação: para o CMMI e MPS-SW depende do nível desejado, quanto menor o nível menor o tempo de implementação. Já a ISO29110 estima-se ser o mesmo tempo de um MPS.BR nível F.
  6. Valor de implementação e avaliação: o modelo CMMI é o mais caro, pois grande parte dos implementadores e avaliadores estão fora do Brasil. Já o MPS.BR e ISO29110 tem um preço muito mais acessível para a realidade das pequenas e médias empresas.
  7. Características técnicas: os processos dos modelos MPS.BR e CMMI e a norma ISO29110 têm aderência entre sim.
  8. Abrangência: a ISO29110 é para equipes de até 25 colaboradores, já os modelos MPS.BR e CMMI é para todo o tipo de empresa (micro, pequena, média e grande).
Concluindo, não é possível decidir qual é o melhor modelo dentre eles, mas sim o melhor para cada organização, com isso devemos levar em consideração os fatores citados e os objetivos estratégicos da organização.

Referências e Leituras Recomendas 
SEBRAE; Normas e certificações em software, qual serve melhor para mim?. 2013.
http://bis.sebrae.com.br/GestorRepositorio/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/02f09c945e1a1a0789a6cdef2b04654b/$File/4554.pdf

SOFTEX; Guia Geral. 2012.
http://www.softex.br/wp-content/uploads/2013/07/MPS.BR_Guia_Geral_Software_2012-c-ISBN-1.pdf 

SEI; CMMI for development v1.3.
http://www.sei.cmu.edu/reports/10tr033.pdf

ABNT. Engenharia de Software — Perfis de ciclo de vida para micro-organizações (VSEs)
Parte 4-1: Especificações de perfil: Grupo Perfil Genérico. 2013  http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=90170