domingo, 18 de abril de 2021

Posso chamar de desabafo de um domingo de outono?

 Sinto-me sozinha apesar de rodeados de amigos e conhecidos. Apesar das várias conexões diárias em decorrência do trabalho.

Sinto-me desvalorizada quando meus companheiros de trabalho pedem curso de temas que conheço.

Não quero mais reclamar com quem possa me entender.

O que devo fazer? Ignorar? Passar por cima e fingir que não me atinge?

A gana que tenho nos meus olhos de crescer me melhora e o entendimento que adquiri com muito estudo, por que não vejo nos meus iguais?

O meu motor é a descoberta e o conhecimento.

O mundo é assim mesmo e tenho que aceitar? É isso? E o que eu faço com essa dor no peito?

Será que foi feita para trabalhar sozinha? Será que não sou suficiente?

O que falta?

Meu autoconhecimento não me deixa prosseguir e vivo e revivo esse problema hoje e em situações anteriores?

Fujo, como sempre faço, de onde estou?

Agora tenho um chefe homem, isso recentemente. Isso ajuda? Acho que não. São mimis de mulher né?

Queria estar na Paria dos séculos 16 e 17, ou quem sabe na roma antiga. Ser serva, ser escriba, ser um ser depsrovido de pensamentos próprios.

Quero ser burra. Quero não conseguir ver de antemão as complicações. Isso faz-me sofrer em demasia e meu coração descompassa.

Pedi pra nascer num país subdesenvolvido emocionalmente e de caráter. É isso mesmo? Como a música de Chico Buarque, é uma roda viva, que gira e gira, e sinto-me sempre vivendo os mesmos problemas. Ter ciencia disso é um pesadelo. Nesse ponto, a ignorância é uma benção. Pq não posso ter isso? Pq tenho que testemunhar as mesmas cenas da história? Isso desgasta. Isso me faz desistir.

Não quero isso, não aceito isso. Provavelmente meu pensamento vai contra tudo que planejei para estar aqui. Mas é um beco sem saída. o que fazer?

Tento enfiar a cara no trabalho, tenho um casamento falido, um sobrinho que logo não lembrará de mim, como a mais velha, uma irmã caçula que tem seus próprios problemas (que não são poucos), uma irmã do meio que ganhou o mundo (chique), um pai que consigo que comunicar hoje e uma mãe cuja dívida é tá grande que estou deixando para outras vidas ou entre-vidas.

Sabe o que é não ter mais tesão de viver?

Será minha visão muito limitada?

Será que terei que ser espectadora do mundo repetir os mesmos erros? (Não, não sou perfeita)

Talvez exija demais do mundo, das pessoas.

Mas sinto-me não encaixar.

Realmente queria explicar aqui todo meu sentimento,

Não é uma carta de despedida, é uma carta de desabafo,